A Resistência Indigena Continental recebeu e lhes repassa o seguinte questionamento:
"vocês conhecem alguém que ficou preso em MG ou no Centro Krenak ou na Fazenda Guarany?
Gostaria de trazer de público o tema destas duas cadeias indígenas e precisamos encontrar uma testemunha."
Parentes, prestem atenção porque este é um trabalho muito sério que envolve o Blog da Resistência Indigena Continental, a Associação Juizes para a Democracia, o Grupo Tortura Nunca Mais/SP, a Comissão de DHs da Arquidiocese de SP e o Armazém da Memória, e ainda agora envolve estudantes de História.
Parentes que querem saber mais detalhes leiam a mensagem encaminhada abaixo.
RESISTENCIA INDIGENA CONTINENTAL !!!
ANO 519 \\\..///
Em 5 de julho de 2012 03:10, Marcelo Zelic
Priscila bem legal, vou pensar com calma em como fazer, mas está tranquilo, tenho um bocado de material compilado. A primeira idéia me parece boa, participo como acusação (sem terno ou com terno? rs) posso falar com Funari que é advogado, para fazer a defesa e para isso podemos usar os discursos de deputados e militares para sistematizar as posições externadas na época em defesa do estado, negando os crimes. Quanto tempo tem cada caso? Como está dividido o tempo entre acusação, testemunha e defesa... dentro deste tempo de inquirir testemunhas poderia chamar, um índigena (tentaremos um depoimento com Miryam e tuxaua Kxalpýnua) , convidaria a juíza Kenarik ou um membro da Associação Juízes para a Democracia, para apresentar algum documento probatório do estudo que temos ... por exemplo a Resolução 95 do Congresso Nacional que instituiu a CPI do Índio em 1968 e que foi abruptamente encerrada em 1968 com o AI5, retomando suas atividades somente em 1977, aí super fragilizada com os expurgos e etc... Com a definição do tempo organizo meu pedaço...
O tema que vamos atacar em juízo seria a ação e omissão do estado brasileiro nas violações dos direitos humanos indígenas, e pleitear que o juri condene o estado brasileiro a INCLUIR O EIXO TEMÁTICO INDÍGENA na Comissão Nacional da Verdade para levantar e apurar os casos de prisões, tortura, assassinatos, massacres, genocídio, destruição cultural e do habitat dos índios do Brasil entre 1946-1985.
Para ter idéia do que digo: extermínio de aldeias inteiras com bananas de dinamite jogadas de helicóptero e metralhamento dos índios no solo, inoculação proposital e o consequente extermínio de duas aldeias xavantes inteiras com o vírus da varíola no Pará e diversas outras em outras partes do Brasil, com este método ou usando arsênico no açúcar e na comida entregue aos índios, fuzilamento sumário, entrega irregular de terras indígenas para exploração por madeireiras, mineradoras, empresas agrocpecuárias, provocando conflitos que o estado fingia não ver e saber, com assassinatos cruéis como o genocídio dos Cintas-Largas no MT por exemplo e casos e mais casos que muito me entristece tomar ciência hoje e ver que não fazem parte do escopo da CNV ainda...
É preciso como forma de reparação expandir esse reclamo até conseguirmos criar um estudo sério sobre o tema oficialmente na CNV.
(...)
Marcelo Zelic
Vice-presidente do Grupo Tortura Nunca Mais-SP e membro da Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo
Coordenador do Projeto Armazém Memória
(11) 9726-1388
www.armazemmemoria.com.br
mzelic@uol.com.br
From: Priscila Manfrinati
Sent: Wednesday, July 04, 2012 8:16 PM
To: marcelozelic@gmail.com
Subject: Tribunal Popular da Ditadura
Olá Zelic!!
Bom, vamos lá...
:)
O Tribunal Popular da Ditadura será realizado na programação do ENEH (Encontro Nacional de Estudantes de História), durante a tarde (14h as 18h) do dia 16 de julho.
Serão julgados três casos: Luiz Eduardo Merlino, Crimes de maio de 2006 e o terceiro seria a Helenira Rezende mas, ao que conversamos por telefone, creio que substituiremos por um caso indígena da época.
A ideia é tentar estabelecer um paralelo entre a ditadura e a tortura e extermínio de ontem com as de hoje, na "democracia".
Os três casos serão julgados em separado, isso significa que:
- para cada caso deverão haver três pessoas específicas: testemunha, promotor (acusação) e advogado (defesa)
- o júri e o juiz poderão ser os mesmos para os três.
Assim sendo, precisaríamos para o caso indígena: um dossiê, uma testemunha, um acusador e um defensor.
O convite é o de que você cumpra o papel de algum dos três (eu indicaria para acusação ou defesa, se conseguirmos um índio como testemunha).
Para além disso, seria muito bom se você passasse o contato de outras pessoas e entidades ligadas ao assunto, que tenham interesse em participar. O Antônio Funari Filho, outros ex-presos, o Fórum permanente, Comissão da Verdade, Cordão da Mentira, todos eles e outros... A gente chama todo mundo.
Iremos realizar no dia 17 de julho (dia seguinte), durante a manhã e a tarde, um ato público na Paulista, na frente da FIESP, com escracho dos empresários que se beneficiaram da ditadura e passeata. Seria importante que os setores compusessem junto conosco.
(...)
--
Priscila Manfrinati
História USP
CAHIS USP - Gestão 2012/13
Federação do Movimento Estudantil de História - FEMEH
Regional Sudeste - SP
COENEH 2012
Coletivo Construção
Liberdade, Socialismo e Revolução - LSR - CIT/PSOL
"Estou preso à vida e olho meus companheiros.
Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.
Entre ele, considero a enorme realidade.
O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas."
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