
Foto: a juiza Kenarik da Associação Juízes para Democracia, o tuxaua Kaxalpyniya Runayke do Blog Resistência Indigena Continental e o Marcelo Zelic do Armazem da Memória/Grupo Tortura Nunca Mais e Comissão de DHs da Arquidiocese de São Paulo
Nessa Reunião foram abordadas a pertinência de metodologias não orais dos relatos de genocídios ocorridos no período 1946 a 1988 para sensibilizar amplos setores de Direitos Humanos no Brasil. Para o Armazém da Memória uma das mais significativas provas se encontra nos relatos dos deputados usando as palavras chave "índio" e ainda "índio e massacre" que ocorrem nos discursos parlamentares do período considerado. Para a Resistência Indígena Continental é necessário elaborar cartas temáticas do setor econômico no período (1946 a 1988)envolvendo infraestrutura de energia, de transporte, áreas da mineração e expansão de fronteiras agropecuárias e sobrepor a este mapa temático econômico do período o mapa temático das terras nativas homologadas ou não, bem como as áreas de perambulação de povos nativos nômades, estudando detalhadamente todos os pontos de intersecção entre a carta temática econômica e a carta temática das terras habitadas por povos nativos no Estado Brasileiro. A Associação Juízes para Democracia se colocou aberta para contribuir no que lhe compete. A Rede GRUMIN de Mulheres Indígenas também se coloca para ajudar a apurar os crimes da Ditadura Militar contra povos originários no Brasil.

Foto: juíza Kenarik da Associação Juízes para Democracia, tuxaua Kaxalpynia Runayke YAGUA do Blog Resistência Indígena Continental e Miryám do Conselho da Rede GRUMIN de Mulheres Indigenas
A Resistência Indígena Continental apoia e se solidariza com o questionamento abaixo que o setor de Direitos Humanos fez recentemente à FUNAI, o qual reproduzimos e endossamos. E que a FUNAI nos responda COM URGÊNCIA.
À Fundação Nacional do Índio
De acordo com orientação fornecida no site do Ministério da Justiça à página http://portal.mj.gov.br/data/Pages/MJ6374AAD8PTBRNN.htm, gostaria de informações a respeito de como acessar os arquivos da Fundação Nacional do Índio, desde sua fundação até os dias de hoje e orientação mais detalhada a respeito da pesquisa e acesso aos documentos.
Pergunto:
1- Qual a estrutura de arquivamento de documentos na instituição? Detalhar Unidades do organograma que possuem acervo e estrutura de catalogação da documentação, tanto na sede, como nas demais estruturas regionais da FUNAI.
2- Onde se encontram os acervos físicos? (sede e regionais) Há arquivos da FUNAI depositados em outras instituições ou Arquivos Públicos? Se sim, quais, onde ficam e a natureza do acervo?
3- Como é feita a consulta aos documentos pelo cidadão a este acervo? Existe um banco de dados para pesquisa?
4- Como acessar, para pesquisa, o banco de dados com as informações dos documentos catalogados na instituição segundo a estrutura informada nos itens 1 e 2 acima?
5- Como solicitar informação à distância?
6- Em que suporte são entregues os dados, cópia em papel ou arquivo digital? Informar sobre: textos, fotos, vídeos, áudios, mapas.
No aguardo.
Atenciosamente,
Marcelo Zelic
Vice-presidente do Grupo Tortura Nunca Mais-SP e membro da Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo
Coordenador do Projeto Armazém Memória
www.armazemmemoria.com.br
E quem é Marcelo Zelic para a Resistência Indigena Continental ? Selecionamos o relato de Marcelo Zelic na Comissão de Direitos Humanos da Arquidiocese de São Paulo:
"Caros compas da Resistência Indígena Continental sábado passado dia 12 participei da reunião da Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de SP. Era uma reunião para tratarmos dos 40 anos da entidade e da Comissão da Verdade. Estavam presentes muitos membros da CJP-SP, de muita da luta pelos direitos humanos, presente também Paulo Sérgio Pinheiro, indicado para participar da Comissão Nacional da Verdade. Não vou discorrer sobre a reunião toda.
Depois da fala de Marco Antonio Barbosa, pedi a palavra e falei sobre o trabalho do Brasil Nunca Mais Digital que venho realizando, em seguida me dirigi aos presentes, levantando a necessidade da Comissão da Verdade desenvolver um eixo temático, As Nações Indígenas e a Ditadura MIlitar. Falei sobre nosso primeiro contato, sobre a surpresa que me tocou, o fato de vocês questionarem porque nosso foco era somente no não-índio; disse a eles que a surpresa veio de minha constatação de quão ignorante estava eu sobre o assunto e sua importância. Falei de nossos emails, das informações dos waimiri-atroari que vocês me passaram, das dos Yanomamis que li num discurso com dados de Darcy Ribeiro onde de 1963 a 1979 sua população saiu de 6400 a algo em torno de 600. Das dificuldades de pautar esse tema e dos avanços, como a audiência pública no Congresso Nacional, organizada pela Deputada Luiza Erundina, para debater o caso e compilar informações sobre o massacre dos waimiri-atrori.
Mostrei que por termos na questão indígena a história oral como fonte dos fatos e esta não estar reunida, tenho buscado informações sobre as violações de direitos humanos contra as Nações Indígenas nos discursos dos deputados e senadores. Já separei 111 discursos em que a situação vivida de 1947 a 1988 pelos índios no Brasil, aparecem em forma de denúncia, comunicado, análises, questionamentos ao governo e suas defesas ... e passei a contar alguns fatos que tenho lido nestes discursos, como o envenenamento com arroz e feijão fornecido pelo estado, ou a distribuição de açúcar com vírus da varíola e tifu. Tendo inclusive denúncia de fuzilamento múltiplo, para se abrir 30.000 ha de terra na Amazônia, massacre feito por um agente da FUNAI e outros casos mais, que causaram um forte impacto nos companheiros e companheiras da Comissão Justiça e Paz, como causou a mim também, assim que os li.
Expûs também a necessidade de que a Comissão da Verdade tenha ferramentas digitais para trabalho de difusão, acompanhamento virtual pela sociedade e educação para o Nunca Mais, como exemplo falei da linha do tempo que estou desenvolvendo para o novo site do Armazém Memória, organizada em banco de dados, com suporte para texto, áudio, vídeo e imagem, podendo criar sub-temas e falei da intenção de montarmos uma linha específica sobre o tema da violação de direitos humanos contra os Indígenas, organizada por denuncias por tribos. Paulo Sérgio Pinheiro fez apontamentos em um caderno durante toda exposição e depois falou-nos da importância de apurar estes fatos na Comissão da Verdade. Ao fechar a reunião, Funari, presidente da CJP-SP, colocou que a Comissão quer contribuir para o desenvolvimento deste tema.
Se quiserem ver a planilha com os111 discursos até agora selecionados do site da Câmara, tem link para abrir a íntegra do documento em pdf. Para acessar é preciso enviar um endereço eletrônico para que eu possa compartilhar a planilha no GoogleDocs. "
A RESISTÊNCIA INDIGENA CONTINENTAL agradece à defensora de direitos humanos Rose Nogueira por ter pautado para um membro da Comissão da Verdade a necessidade de se criar o Eixo Nativo para apurar os crimes do Estado Brasileiro durante a Ditadura Militar contra nós povos originários.
RESISTÊNCIA INDIGENA CONTINENTAL !!!
ANO 519
HAYAYÁ !!! AWYRI !!! AHOOO !!! \\\..///
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