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segunda-feira, 18 de abril de 2011

Tupinambá: CARTA DE REPÚDIO

Via IBERÊ-UANÁ SASSÁ TUPINAMBÁ:

Olivença, 07 de abril de 2011


Carta de repúdio à violência que sofreram os índios Tupinambá de Olivença em 05 de abril de 2011

No dia 05 de abril de 2011, por volta das 11:00 h da manhã, o território Tupinambá de Olivença, na Aldeia Guarani Taba Atã foi invadido por dez homens, onde cinco se diziam ser policiais. Estes cinco invasores eram “policiais” (que segundo a comunidade eram policiais civis sem autorização judicial e sem nenhum tipo de identificação) disfarçados que buscavam filmar supostas irregularidades cometidas pelos Tupinambá, na cobrança de pedágio, no Areal, que se localiza vizinho à aldeia Guarani Taba Atã. Cabe justificar que o Areal possui sua estrada de entrada na via Olivença-Sapucaeira, onde foi feito um acordo entre lideranças indígenas e a proprietária do Areal à liberação da passagem pela aldeia (pela BA 001); nisto, ficou acertado entre lideranças Tupinambá e a proprietária, que a mesma se responsabilizaria pagar a dois funcionários índios para tomar conta da porteira, já que a porteira não poderia ficar aberta (um ficaria pela manhã e outro pela tarde). Com o não pagamento, por parte da proprietária, a esses funcionários, os mesmos são levados a interromperem a passagem. Diante do fechamento da passagem, a proprietária simula o pagamento aos dois funcionários numa tentativa em apresentar provas forjadas de extorção (por meio de filmagem feita por um policial às escondidas); desconfiados de tal prática (da forma de pagamento), os dois índios se recusaram a receber o tal pagamento. Diante da recusa, os cinco homens fortemente armados partiram para a agressão. Reagindo aos invasores e agressores, um dos índios foi baleado na perna; outros dois foram rendidos com atos de violência. Diante dessa situação outros índios fugiram para a mata, sendo perseguidos pelos supostos policiais. Casas foram invadidas, com suas portas arrombadas, na presença de mulheres, adolescentes grávidas e crianças; num ato extremamente arbitrário, um dos supostos policiais pediu para que um deficiente físico (paraplégico) ficasse de pé, com o seguinte interrogatório: “cadê as armas, cadê a maconha”?
Com a chegada da Polícia Federal, dois índios que tinham sofrido agressão dos invasores, foram injustamente presos, juntamente com ferramentas de trabalho típicas dos Tupinambá. Todavia, nada aconteceu aos cinco invasores e agressores que provocaram toda essa situação.
Esclarecemos tais acontecimentos porque parte da mídia apresentou somente uma versão do que ocorreu, versão essa que criminaliza os Tupinambá de Olivença e esconde a violenta e ilegal ação de invasão e agressão cometida pelos cinco homens disfarçados de policiais. Ademais, a mídia tem divulgado fatos irreais como, por exemplo, de mortes ocorridas, ou a não recusa do cacique da aldeia em dar entrevistas, sendo que o mesmo nem sequer se encontrava na aldeia no ocorrido dos fatos.
Por tudo isso, repudiamos as ações cometidas pelos invasores e agressores e a forma como tais acontecimentos são apresentados por parte da mídia. Nesse sentido, exigimos:
A imediata liberdade dos índios presos, bem como o fim das acusações sobre os mesmos.
Punição devida aos invasores e agressores, fazendo valer a Justiça e a Lei.
Retratação, por parte da mídia, no sentido de divulgar todas as versões da história até que os fatos sejam devidamente esclarecidos.
O fim do processo de criminalização que sofrem os Índios Tupinambá de Olivença.
Fechamento do areal, tendo em vista que a exploração do mesmo tem causado graves problemas ao meio ambiente, a axemplo dos impactos à nascente dos rios que deságuam no rio Sirihiba.
Que o IBAMA e órgãos competentes tomem as providências cabíveis em conformidade com a Lei.
Um basta às ilegais agressões cometidas por invasores e policiais as nossas terras.
A imediata demarcação das terras tradicionais Tupinambá, assinaladas pelo Relatório da FUNAI, apresentado em 2009.
O fim do preconceito, racismo e da forma discriminatória como são tratados os Tupinambá de Olivença, por parte da mídia, da sociedade, dos políticos e de algumas ações policiais e jurídicas.


Cordialmente,


Lideranças Tupinambá



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israel raimundo IBERÊ-UANÁ SASSÁ TUPINAMBÁ



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